terça-feira, 9 de abril de 2013



NA VIDA O QUE VALE É SER FELIZ



Sobreviver nesse campo minado impede a maioria das vítimas ao isolamento, pois os agressores, de olhos vendados e mentes cauterizadas, não aceitam as diferenças, não permitem o relacionamento, nem vislumbram que a sexualidade vai além da biologia, da cultura, da hereditariedade, não tem mero cunho reprodutivo, mas traz em si toda uma gama de sentimentos, influências hormonais e genéticas, e abrem janelas que refletem o universo do relacionamento em múltiplas dimensões, onde, muitas vezes, aspectos imperceptíveis aos olhos da sociedade, como o cultural, não são enfatizados.
Devemos ter consciência racional para compreender que a vida é uma trajetória de perdas, ganhos e, principalmente, de escolhas. Felicidade ou infelicidade dependerão do caminho que trilha no percurso viver. Amar e respeitar o próximo são regras do Criador. Cumprir ou não é uma alternativa, e é essa decisão que definirá a nossa convivência nesse percurso.
Sabemos que o preconceito jamais será abolido entre os homens, mesmo com aprovação de leis rigorosas, punições severas... Mas é preciso, no mínimo, tolerância, para que as subversões entre classes, raças e etnias se amenizem, para que a homofobia não se transforme numa arma com poderes capazes de destruir pessoas apenas pela opção sexual, pois a homossexualidade segue a humanidade desde a sua criação, tentar erradicá-la é heresia.
Contudo, deve-se amenizá-la através de uma convivência complacente. É preciso fixar, em mentes preconceituosas, a verdadeira semente do respeitar o “eu” do outro. Respeito é algo que se constrói e se desenvolve entre os homens para que se torne a âncora dos relacionamentos interpessoais. Para tal, basta que cada uma viva a própria vida e alargue o caminho para que o próximo possa transitar pelas veredas da sociedade como cidadão, desfrutando do mesmo direito: viver e ser feliz com as suas diferenças e os seus desejos.
Afinal, consciência é uma espécie rara que exige um ambiente propício, terreno preparado, e, por isso, deve ser plantada, cultivada no íntimo como símbolo de humanidade e, por ser regada pelos próprios sentimentos, exige atitudes que alterem comportamentos. Essas atitudes podem ser pequenas coisas, mas, para a minoria rejeitada, é a grande diferença. Pois essa “diferença” é o direito de ser feliz... A felicidade tem um preço. Muitas vezes, esse valor foge do orçamento de muitos que preferem desviar da rota a tornarem-se alvos e serem deflagrados ao se colidirem contra princípios morais, sociais e, principalmente, religiosos.