sexta-feira, 31 de maio de 2013


Solidão no meio da multidão: saudades de minha vizinha fofoqueira.

Com a modernidade reivindicamos a liberdade e a individualidade, de tal modo que, quanto mais moderna a sociedade a qual estamos inseridos mais uno e individualizado buscamos ser. O moderno veio para crucificar o tradicional (brega, atrasado, antigo, etc.), para deixar às costas as antigas formas de vida social.
Nascido e criado em cidade pequena, sempre tive o desejo de ter mais privacidade, coisa que a Maria Santinha*, minha vizinha, nunca deixou eu ter. Passado alguns anos, passei a quase residir em uma das maiores cidades do mundo, São Paulo. Costumo ficar durante a semana na capital paulista e voltar para minha cidadezinha nos fins de semana.
Em meio à multidão, comecei a ter consciência daquilo que havia lido nos livros de Sociologia: um sentimento de solidão em meio a uma multidão, a falta de “calor humano” e um sentimento blasé (indiferença frente aquilo que deveria trazer surpresa ou choque).



Notei, por experiência empírica, que o desenvolvimento das cidades tem tornado – e não é de agora, é claro – as relações sociais cada vez mais desprovidas do que chamamos “calor humano”.
Observando a multidão ao meu redor, pude perceber que não há pior solidão do que aquela que se dá em meio a uma multidão de faces desconhecidas e olhares distantes. Se sentir só, por contraditório que possa parecer, é mais comum nessas grandes metrópoles. Quanto mais gente, mais só podemos nos sentir.
A individualidade que busca o homem moderno urbano o tem feito refém da sensação de solidão. Quanto maior a cidade, mais as pessoas ao nosso redor deixam de ser “pessoas” para serem “indivíduos” que se diluem nas massas populacionais. Deixam de ser o Pedro Carlos e a Paulinha Rita para ser “o carteiro” e a atendente da Loja Americanas. Deixa de ser a Dona Regina, esposa do Rodrigo do Limão, para ser a “vizinha do 302”. É comum, por exemplo, no metrô de São Paulo, as pessoas ficarem ao telefone em busca de uma fuga dos minutos de solidão em meio à multidão. Nesses casos, ouvir música, ou ligar para alguém que ainda (isso mesmo, ainda) lhe é familiar, ajuda a não perceber a solidão em meio a uma multidão de indivíduos.



Muitos, talvez a maioria das pessoas, sonham em morar onde ninguém vai se intrometer em suas vidas, onde suas relações serão impessoais. Os que não migram para os centros urbanos buscam meios de tornar suas vidas mais privadas possíveis. À primeira vista é algo que só traz benefício, a final, parece ser a tão sonhada maneira de se livrar da “vizinha fofoqueira”. Essa busca pela individualidade tem distanciado as pessoas uma das outras, tornando suas relações superficiais e “frias”. Os amigos reduzem-se ao mínimo, muitas vezes à simples “colegas” de trabalho, de curso, etc.
Mas por que essa tendência de solidão e impessoalidade no mundo moderno, principalmente nas cidades grandes? Já no início do século passado sociólogos debruçavam-se sobre esse fenômeno, dentre eles Georg Simmel.
Simmel**, de forma brilhante, apontou que a individualidade crescente se aprofundou com o Sistema Capitalista, tornando as relações de troca em relações impessoais (diferente do mundo feudal de outrora), via dinheiro – coisa por coisa. A cidade grande moderna, já apontava Simmel, se voltou, quase que completamente, da produção para fregueses completamente desconhecidos, os quais nunca se encontrarão cara-a-cara com os verdadeiros produtores. Ele afirmou que,
“[...] com isso, o interesse das duas partes ganha uma objetividade impiedosa, seus egoísmos econômicos, que calculam com o entendimento, não têm a temer nenhuma dispersão devida  aos imponderáveis das relações pessoais” (SIMMEL, 1976, p. 04).




 Nesse sentido, o “espírito moderno” foi tornando-se um “espírito contábil”. Quase tudo passou a ser quantificado. Cai um avião e a reportagem se pauta em contar o número de mortos e feridos. A notícia de 84 vítimas fatais seguida da correção para 81 mortos é vista como mero erro contábil. Tudo passou a ter número e preço. Até virgindade está sendo leiloada!
Há um caráter blasé que se aprofunda a cada dia. As pessoas não ficam chocadas com tragédias noticiadas na TV, vistas muitas vezes como mera curiosidade, o que se repede nas ruas por onde passa. Não nota-se a criança pedinte na calçada. Quando vista, entendida como um obstáculo a ser desviado. As pessoas ao derredor são apenas uma multidão. Falta “calor humano” nas relações! Falta percepção do que está em volta. As pessoas estão anestesiadas!
Essa busca pela a individualidade (acredito), já foi muito longe, pelo menos para mim. Quero conviver com a vizinha fofoqueira, mais precisamente a Maria Santinha! Quero viver por muito tempo em minha cidadezinha ou outra que tenha calor humano. Nada mais prazeroso do que ouvir um bom dia acompanhado com o nosso nome! As fofocas? Essas vamos suportando…
*Os nomes próprios usados são fictícios. Afinal, não quero amanhã a minha vizinha em minha porta me gritando (rs).

** SIMMEL, Georg. Metropolis and Mental Life. New York: Free Press, 1976.


terça-feira, 9 de abril de 2013



NA VIDA O QUE VALE É SER FELIZ



Sobreviver nesse campo minado impede a maioria das vítimas ao isolamento, pois os agressores, de olhos vendados e mentes cauterizadas, não aceitam as diferenças, não permitem o relacionamento, nem vislumbram que a sexualidade vai além da biologia, da cultura, da hereditariedade, não tem mero cunho reprodutivo, mas traz em si toda uma gama de sentimentos, influências hormonais e genéticas, e abrem janelas que refletem o universo do relacionamento em múltiplas dimensões, onde, muitas vezes, aspectos imperceptíveis aos olhos da sociedade, como o cultural, não são enfatizados.
Devemos ter consciência racional para compreender que a vida é uma trajetória de perdas, ganhos e, principalmente, de escolhas. Felicidade ou infelicidade dependerão do caminho que trilha no percurso viver. Amar e respeitar o próximo são regras do Criador. Cumprir ou não é uma alternativa, e é essa decisão que definirá a nossa convivência nesse percurso.
Sabemos que o preconceito jamais será abolido entre os homens, mesmo com aprovação de leis rigorosas, punições severas... Mas é preciso, no mínimo, tolerância, para que as subversões entre classes, raças e etnias se amenizem, para que a homofobia não se transforme numa arma com poderes capazes de destruir pessoas apenas pela opção sexual, pois a homossexualidade segue a humanidade desde a sua criação, tentar erradicá-la é heresia.
Contudo, deve-se amenizá-la através de uma convivência complacente. É preciso fixar, em mentes preconceituosas, a verdadeira semente do respeitar o “eu” do outro. Respeito é algo que se constrói e se desenvolve entre os homens para que se torne a âncora dos relacionamentos interpessoais. Para tal, basta que cada uma viva a própria vida e alargue o caminho para que o próximo possa transitar pelas veredas da sociedade como cidadão, desfrutando do mesmo direito: viver e ser feliz com as suas diferenças e os seus desejos.
Afinal, consciência é uma espécie rara que exige um ambiente propício, terreno preparado, e, por isso, deve ser plantada, cultivada no íntimo como símbolo de humanidade e, por ser regada pelos próprios sentimentos, exige atitudes que alterem comportamentos. Essas atitudes podem ser pequenas coisas, mas, para a minoria rejeitada, é a grande diferença. Pois essa “diferença” é o direito de ser feliz... A felicidade tem um preço. Muitas vezes, esse valor foge do orçamento de muitos que preferem desviar da rota a tornarem-se alvos e serem deflagrados ao se colidirem contra princípios morais, sociais e, principalmente, religiosos.


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013


Não existe meio AMIGO

Os amigos são tão amigos que voltam.
Os amigos são tão fraternos que se unem.
Os amigos são tão simples que cativam.
Os amigos são tão desprendidos que doam.
Os amigos são tão dignos que amam, compreendem e perdoam.
Os amigos são tão necessários que sempre se fazem presentes.
Os amigos são tão grandes que se distinguem.
Os amigos são tão dedicados que edificam.
Os amigos são tão preciosos que partilham.
Os amigos são tão sábios, que ouvem, iluminam e calam.
Os amigos são tão frágeis que fortalecem.
Os amigos são tão forte que protegem.
Os amigos são tão sagrados que se perenizam.
Os amigos são tão felizes, que fazem festa.
Os amigos são tão livres que creem.
Os amigos são tão fiéis que esperam.
Os amigos são tão unidos que prosperam.
Os amigos são tão presentes que participam.
Os amigos são tão amigos que doam a vida.
Os amigos são tão amigos que se eternizam.
Os amigos são tão raros que se consagram.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013



Eu amo tudo o que foi
Tudo o que já não é
A dor que já não me dói
A antiga e errônea fé
O ontem que a dor deixou
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.

Fernando Pessoa

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013


Aprendendo com os erros




Na vida não precisamos acertar sempre,

Mas a cada dia errar menos.

E é necessário que a cada erro,

Aprendamos o máximo possível.

Para que esses erros tornem-se experiências aproveitáveis,

Das quais precisaremos no futuro, para não cometer os mesmo erros.

Mesmo sabendo que muitas dessas experiências machucam,

Nos trazem lembranças que fazem sofrer,

E que preferimos esquecer.

Ainda assim, temos que ter consciência que devemos aproveitá-las

Para a cada dia errarmos menos e acertamos mais.

Porque a vida é assim, cheia de surpresa

E precisamos aprender a conviver com ela.

Caso contrário, não conseguiremos ser alguém,

E certamente não estamos aqui por acaso,

Sem razão, á toa, sem um objetivo à conquistar.

Estamos em busca de um espaço,

Para deixarmos de ser mais um neste mundo.

Por isso temos obrigação de aprender

A viver e conviver com a realidade.

Tendo consciência de que em nossas mãos

Está o nosso futuro.

Dependendo principalmente do que somos no presente,

O que seremos neste futuro bem próximo.

Precisamos ter em mente algo muito importante:

Que devemos ser sempre nós mesmos,

Respeitando ao nosso próximo como a si próprio.

Quando vermos que isto está acontecendo,

Então sentiremos que nossos erros tornaram-se experiências.

E que isso, é como um sinal de nosso amadurecimento.

Ou seja, que deixamos de ser crianças

E passamos a ser adultos,

Não no físico e sim no mental.


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013



VIVA 




William Shakespeare disse: "Eu sempre me sinto feliz, sabes por quê... não deveríamos esperar nada de ninguém, porque a espera sempre dói, a vida é curta, por isso amem a vida, se feliz e sorri sempre, vive para ti e lembra-te: antes de escrever pensa, antes de machucar, sente, antes de odiar ama, antes de desistir tenta, antes de morrer vive...."




MOMENTO POÉTICO


AMOR E AMIZADE

WILLIAM  SHAKESPEARE


Perguntei a um sábio,
a diferença que havia
entre amor e amizade,
ele me disse essa verdade...


O Amor é mais sensível,
a Amizade mais segura.


O Amor nos dá asas,
a Amizade o chão.
No Amor há mais carinho,
na Amizade compreensão.


O Amor é plantado
e com carinho cultivado,
a Amizade vem faceira,
e com troca de alegria e tristeza,
torna-se uma grande e querida
companheira.


Mas quando o Amor é sincero
ele vem com um grande amigo,
e quando a Amizade é concreta,
ela é cheia de amor e carinho.


Quando se tem um amigo
ou uma grande paixão,
ambos sentimentos coexistem
dentro do seu coração.